Os locais e as condições ambientais determinam a viabilidade de uma determinada espécie
Habitat e qualidade de vida
O conceito de habitat é, em geral, usado em referência a uma ou mais espécies no sentido de estabelecer os locais e as condições ambientais onde o estabelecimento de populações desses organismos é viável.
O habitat de uma determinada espécie para além de uma localização geográfica tem a ver com os chamados factores abióticos tais como regime climático, temperatura, luz, oxigénio, humidade, solo etc.
Sendo o homem uma espécie animal tem, naturalmente, o seu habitat próprio ou seja só poderá ser viável se existirem um conjunto de condições ambientais determinadas.
A espécie homem existe no planeta Terra e, até à data, não foi possível provar que essa espécie exista em qualquer outro ponto do universo porque não foi encontrado um outro planeta que tenha as condições necessárias à sobrevivência da espécie humana.
Embora o homem, mercê do fato de possuir uma inteligência elevada, tenha conseguido sobreviver em regiões muito inóspitas e em circunstâncias muito adversas tal não significa que possa esticar a corda indefenidamente.
Não haverá tecnologia que nos valha se as condições do habitat necessário à viabilidade do ser humano forem drásticamente alteradas como acontecerá com condições climáticas extremas ou uma poluição incontrolada do ar e da água.
O respeito pelo ambiente e pelas condições de vida das mais variadas espécies existentes no planeta não é, por conseguinte, uma birra ou obsessão dos eco-ambientalistas mas antes a maior questão que se coloca à sobrevivência de espécie e, sobretudo, à nossa qualidade de vida.
Mesmo admitindo – embora com grande dose de optimismo - que a sobrevivência da espécie não está em causa a médio prazo não restam dúvidas que a qualidade de vida do homem tem vindo conhecer um decréscimo acentuado.
Sendo disso mesmo um exemplo flagrante o que se passa nos grandes centros urbanos – cada vez mais populosos – em que as condições do habitat estão degradas a ponto do stress e da doença tomarem a dianteira.
E não serão certamente os ares condicionados, os ionizadores, os desumidificadores e toda uma parafranélia de tecnologia que irão proporcinoar de contacto com natureza e outros seres vivos que são imprescindíveis à qualidade de vida do ser humano.
Não sendo por acaso que as pessoas que vivem nos grandes centros procuram a natureza e adoptam animais de estimação aumentando, por consequência e exponencialmente, a procura do turismo de natureza.
O ritmo de vida das grandes cidades e as suas condições abióticas e bióticas (dos seres vivos) estão muito afastadas do habitat ideal para o ser humano o que leva, inevitavelmente, a rupturas graves na qualidade de vida das pessoas.
O ser humano precisa de espaço-natureza e de comunhão com todas as outras espécies vivas. Tentar compensar esses elementos essenciais do nosso habitat com luxos e glamour é matar, a prazo, a alegria de viver e a própria saúde.
De modo que preservar e melhorar o ambiente e o nosso relacionamento com a natureza é um imperativo de qualidade de vida e poderá ser mesmo, a médio prazo, um imperativo de sobrevivência.
Habitat e qualidade de vida andam, inevitavelmente, de mãos dadas.
P E D R O D A M A S C E N O
FACE OCULTA é um blogue de compilação da coluna quinzenal, com o mesmo nome,assinada por PEDRO DAMASCENO no Jornal Ilha Maior que se publica semanalmente na Ilha do Pico, nos Açores. Comentários, sejam eles quais forem, são muito bem vindos!
sexta-feira, setembro 22, 2006
sexta-feira, setembro 08, 2006
Salomão e Kamasutra
SALOMÃO E KAMASUTRA
Salomão, filho do rei David, foi rei de Israel entre 970 A.C. e 930 A.C. e uma figura central do Velho Testamento, conhecido pelo seu sentido de justiça e equilíbrio corporizados na história de 2 mulheres que reivindicavam como filho a mesma criança.
Com 2 mil anos de existência o Kamasutra é um livro que foi elaborado pelo indiano Mallinaga Vatsyayana com base no rico erotismo hindu. O Kamasutra representa o sexo sem qualquer sentimento de culpa ou pecado, um manual milenar de liberdade sexual.
Vem tudo isto a propósito de uma jovem catequista do nosso meio que, não sabendo quem era Salomão e o conceito de justiça salomónica, conhece o Kamasutra de trás para diante, experimentando afanosamente o maior número possível de posições exóticas!
Não que haja nada de mal em conhecer o Kamasutra ou ter uma vida sexual activa e interessante. Mas é estranho que alguém que, sendo catequista e demonstrando tanto interesse por textos milenários, desconheça passagens fundamentais da Bíblia.
Um ironia que vem ajudar a ilustrar as contradições duma geração que tendo os telemóveis, os SMS, os computadores e os DVD´s não tem uma cultura geral mínima nem, muitos menos, qualquer noção das suas raízes judaico-cristãs.
Uma geração de roupas de marca e de bens de consumo mas sem noções básicas de comportamento cívico e de respeito pelos mais velhos. Uma geração que conhece o Kamasutra mas que não sabe amar.
Porque amar não é o mesmo que curtir. Amar é um sentimento profundo que passa pela anulação ou, pelo menos, por uma grande atenuação do ego. Um sentimento que exige tempo e partilha. Curtir é a versão “fast-food” do amor.
Os jovens de hoje ou melhor a massa de que são feitos os jovens de hoje é a mesma de que eram feitos os seus antepassados, a mesma espécie biológica e o mesmo material genético. O que mudou foi a maneira como essa massa é trabalhada.
A educação que era dada em casa foi substituída por uma instrução de duvidosa qualidade. A generalidade dos pais deixou de educar e a generalidade dos professores de ensinar. Uns e outros foram cedendo aos sinais dos tempos sem dar grandes mostras de resistência.
Só assim se percebe que, no espaço de uma geração, os usos e costumes de terras como o Pico tenham passado de um extremo ao outro. De sociedades altamente conservadoras passaram a sociedades promíscuas em que o que ontem era desonra e opróbio é hoje banal e encarado com um sorriso nos lábios.
Naturalmente que os tempos devem trazer evolução e progresso. E o caminho para o futuro não é, seguramente, o retrocesso do fundamentalismo islâmico que leva a que um pai muçulmano chegue ao ponto de degolar a sua própria filha por causa de usos e costumes num país moderno como é a Itália!
Mas o inverso – em que se perderam de todo valores e referências – também o não é. A liberdade é um bem demasiado precioso para poder ser posto em causa pela sua indevida e abusiva utilização. Situação que, além do mais, serve de pretexto a quem
luta contra os direitos, liberdades e garantias como os conhecemos neste lado mundo.
É saudável conhecer o Kamasutra mas é essencial não esquecer Salomão.
P E D R O D A M A S C E N O
Salomão, filho do rei David, foi rei de Israel entre 970 A.C. e 930 A.C. e uma figura central do Velho Testamento, conhecido pelo seu sentido de justiça e equilíbrio corporizados na história de 2 mulheres que reivindicavam como filho a mesma criança.
Com 2 mil anos de existência o Kamasutra é um livro que foi elaborado pelo indiano Mallinaga Vatsyayana com base no rico erotismo hindu. O Kamasutra representa o sexo sem qualquer sentimento de culpa ou pecado, um manual milenar de liberdade sexual.
Vem tudo isto a propósito de uma jovem catequista do nosso meio que, não sabendo quem era Salomão e o conceito de justiça salomónica, conhece o Kamasutra de trás para diante, experimentando afanosamente o maior número possível de posições exóticas!
Não que haja nada de mal em conhecer o Kamasutra ou ter uma vida sexual activa e interessante. Mas é estranho que alguém que, sendo catequista e demonstrando tanto interesse por textos milenários, desconheça passagens fundamentais da Bíblia.
Um ironia que vem ajudar a ilustrar as contradições duma geração que tendo os telemóveis, os SMS, os computadores e os DVD´s não tem uma cultura geral mínima nem, muitos menos, qualquer noção das suas raízes judaico-cristãs.
Uma geração de roupas de marca e de bens de consumo mas sem noções básicas de comportamento cívico e de respeito pelos mais velhos. Uma geração que conhece o Kamasutra mas que não sabe amar.
Porque amar não é o mesmo que curtir. Amar é um sentimento profundo que passa pela anulação ou, pelo menos, por uma grande atenuação do ego. Um sentimento que exige tempo e partilha. Curtir é a versão “fast-food” do amor.
Os jovens de hoje ou melhor a massa de que são feitos os jovens de hoje é a mesma de que eram feitos os seus antepassados, a mesma espécie biológica e o mesmo material genético. O que mudou foi a maneira como essa massa é trabalhada.
A educação que era dada em casa foi substituída por uma instrução de duvidosa qualidade. A generalidade dos pais deixou de educar e a generalidade dos professores de ensinar. Uns e outros foram cedendo aos sinais dos tempos sem dar grandes mostras de resistência.
Só assim se percebe que, no espaço de uma geração, os usos e costumes de terras como o Pico tenham passado de um extremo ao outro. De sociedades altamente conservadoras passaram a sociedades promíscuas em que o que ontem era desonra e opróbio é hoje banal e encarado com um sorriso nos lábios.
Naturalmente que os tempos devem trazer evolução e progresso. E o caminho para o futuro não é, seguramente, o retrocesso do fundamentalismo islâmico que leva a que um pai muçulmano chegue ao ponto de degolar a sua própria filha por causa de usos e costumes num país moderno como é a Itália!
Mas o inverso – em que se perderam de todo valores e referências – também o não é. A liberdade é um bem demasiado precioso para poder ser posto em causa pela sua indevida e abusiva utilização. Situação que, além do mais, serve de pretexto a quem
luta contra os direitos, liberdades e garantias como os conhecemos neste lado mundo.
É saudável conhecer o Kamasutra mas é essencial não esquecer Salomão.
P E D R O D A M A S C E N O
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