À guisa de balanço
2006 não tendo sido um ano esplêndido – quer no plano interno quer no externo – não foi dos piores.
As grandes maleitas – a fome, a miséria, as epidemias, as guerras, o desperdício, a ameaça nuclear, os fanatismos – continuam e o fosso entre ricos e pobres continua, também, a aumentar, um pouco por todo o lado.
Os efeitos do aquecimento global nas condições climatéricas tornaram, ainda mais, óbvio o problema da poluição e dos seus efeitos devastadores na nossa qualidade de vida e, mesmo, na nossa segurança.
A situação do Iraque e do Médio Oriente aí estão a atestar a nossa incapacidade para atacar a causa profunda dos problemas e não apenas os seus efeitos.
O terrorismo não teve, este ano, nenhuma acção espectacular mas o seu espectro paira como uma ameaça real sobre as nossas vidas, sobretudo nos grandes centros urbanos.
Portugal mantém-se no pelotão de trás da comunidade europeia e nós, como povo, ainda não resolvemos encarar a sério um problema cuja solução não passa, apenas, pela politica e pelos políticos.
Os Açores mantem a aposta no turismo mas a sua sazonalidade permanece como o grande entrave à sustentabilidade do sector que vive longas noites de penúria.
A TAP/SATA continuam – perante várias complacências – a ignorar o aeroporto do Pico, fingindo não perceber que metade ou mais do tráfego da Horta tem origem e/ou destino no Pico.
Contudo sinais positivos também aí estão. Apareceu, proveniente do país mais poluidor do mundo, um filme (Uma verdade inconveniente) que vem retratar, de forma magistral, o gravíssimo problema do aquecimento global.
Nos USA os ventos de mudança, para uma atitude mais dialogante e de cooperação, já sopram visivelmente. Porventura abrindo a porta para a eleição um/a presidente mais sensível às questões da paz, do ambiente e das desigualdades sociais.
As mulheres começam, progressivamente, a desempenhar funções de responsabilidade na vida pública mundial. Podendo trazer para a política mais paz, mais bom senso e mais diálogo.
Em Portugal sente-se que estão a ser dados passos no sentido de se agarrar o boi pelos cornos e pôr em causa os nossos brandos costumes que apenas nos têm levado apenas à inércia e ao conformismo.
Os Açores consolidam-se como uma Região Autónoma madura e democrática e confirmam-se como um destino turístico fortemente apelativo.
O Pico continua a ser a montanha mais alta de Portugal e a dar alguns passos – não ainda os suficientes – para tornar o seu afamado futuro em presente.
Que 2007 venha confirmar as tendências positivas.
P E D R O D A M A S C E N O
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