Ditado popular
Os selvagens do nosso tempo
Bem sabemos que as questões da área da Educação são difíceis e que a sua solução será, a prazo, o passaporte para nossa viabilidade como nação. Apenas um elevado nível educacional da nossa população poderá permitir um desenvolvimento global.
O caso da Irlanda é um bom exemplo disso. De país na cauda da Europa “competindo” connosco pelos últimos lugares passou a país do pelotão da frente. Essencialmente porque apostou forte na área da Educação e das tecnologias de ponta.
Mas essas, são matérias de fundo que, tendo que ser resolvidas com brevidade, não impedem que outras – não menos importantes – mas mais simples sejam, entretanto, solucionadas. Questões que se prendem com áreas cívicas e de comportamento social.
Sendo as matérias curriculares e as estratégias de ensino problemas, inquestionavelmente, difíceis tudo levava a crer que questões de elementar comportamento cívico e social seriam simples de resolver. Mas, puro engano, a um maior nível de escolaridade parece corresponder uma crescente falta de conhecimento das mais elementares regras de cortesia e vida em comunidade.
Seja ao nível das crianças de mais tenra idade que vitimizam tudo e todos com os seus gritos estridentes e as suas correrias desordenadas em qualquer lugar público seja ao nível dos adolescentes e jovens que passaram a desconhecer que existem saudações entre as pessoas ou que poluem, indescriminadamente, o ambiente que os rodeia.
Tudo isto perante a omissão e complacência da generalidade dos pais que parecem resignar-se diante daquilo que começa a ser um fenómeno incontrolável. Pais tantas vezes com elevados níveis de escolaridade que debitam conhecimentos aos filhos sem, contudo, se preocuparem com o seu comportamento pessoal e social.
Fenómeno que, também, acontece ao nível das escolas, mesmo as do ensino básico, aonde se parece ter entrado num clima, também, de omissão por um conjunto variado de factores que vão desde problemas de disciplina até um laxismo que tem muito a ver com a atitude dos próprios pais.
Pais que, crescentemente, dedicam menos tempo aos filhos que trazem a este mundo – sabe-se lá tantas vezes porquê! – mas que, talvez por causa disso, se tornam progressivamente permissivos e, simultaneamente, reactivos ao papel disciplinador que os professores devem ter. Não educando nem deixando educar e criando nos professores uma atitude de desmobilização e desinteresse.
Sem defender um recuo para um modelo autoritário de educação e percebendo que as crianças e os jovens devem ter acesso a um pleno desenvolvimento das suas personalidades e potencialidades torna-se, contudo, imperioso que elas sejam ensinadas a respeitar limites. Limites que terão de respeitar em relação às outras pessoas, como indivíduos, e em relação à comunidade em que vivem.
Sendo que essa é uma das lições que podemos tirar da natureza. A biodiversidade, ou a diversidade de espécies, é uma das condições essenciais à manutenção do equilíbrio do nosso habitat. Sempre que uma espécie começa a crescer desmesuradamente à custa de outras que desaparecem gera-se aum desiquilíbrio que, por seu turno, põe em causa o ecosistema indispensável à vida.
As nossas crianças e os nossos jovens tem que conhecer os limites da sua própria liberdade e que são os limites da liberdade dos outros sob pena de se tornarem nos verdadeiros “selvagens” do nosso tempo. E, ainda por cima, bem mais depradadores.
P E D R O D A M A S C E N O
Bem sabemos que as questões da área da Educação são difíceis e que a sua solução será, a prazo, o passaporte para nossa viabilidade como nação. Apenas um elevado nível educacional da nossa população poderá permitir um desenvolvimento global.
O caso da Irlanda é um bom exemplo disso. De país na cauda da Europa “competindo” connosco pelos últimos lugares passou a país do pelotão da frente. Essencialmente porque apostou forte na área da Educação e das tecnologias de ponta.
Mas essas, são matérias de fundo que, tendo que ser resolvidas com brevidade, não impedem que outras – não menos importantes – mas mais simples sejam, entretanto, solucionadas. Questões que se prendem com áreas cívicas e de comportamento social.
Sendo as matérias curriculares e as estratégias de ensino problemas, inquestionavelmente, difíceis tudo levava a crer que questões de elementar comportamento cívico e social seriam simples de resolver. Mas, puro engano, a um maior nível de escolaridade parece corresponder uma crescente falta de conhecimento das mais elementares regras de cortesia e vida em comunidade.
Seja ao nível das crianças de mais tenra idade que vitimizam tudo e todos com os seus gritos estridentes e as suas correrias desordenadas em qualquer lugar público seja ao nível dos adolescentes e jovens que passaram a desconhecer que existem saudações entre as pessoas ou que poluem, indescriminadamente, o ambiente que os rodeia.
Tudo isto perante a omissão e complacência da generalidade dos pais que parecem resignar-se diante daquilo que começa a ser um fenómeno incontrolável. Pais tantas vezes com elevados níveis de escolaridade que debitam conhecimentos aos filhos sem, contudo, se preocuparem com o seu comportamento pessoal e social.
Fenómeno que, também, acontece ao nível das escolas, mesmo as do ensino básico, aonde se parece ter entrado num clima, também, de omissão por um conjunto variado de factores que vão desde problemas de disciplina até um laxismo que tem muito a ver com a atitude dos próprios pais.
Pais que, crescentemente, dedicam menos tempo aos filhos que trazem a este mundo – sabe-se lá tantas vezes porquê! – mas que, talvez por causa disso, se tornam progressivamente permissivos e, simultaneamente, reactivos ao papel disciplinador que os professores devem ter. Não educando nem deixando educar e criando nos professores uma atitude de desmobilização e desinteresse.
Sem defender um recuo para um modelo autoritário de educação e percebendo que as crianças e os jovens devem ter acesso a um pleno desenvolvimento das suas personalidades e potencialidades torna-se, contudo, imperioso que elas sejam ensinadas a respeitar limites. Limites que terão de respeitar em relação às outras pessoas, como indivíduos, e em relação à comunidade em que vivem.
Sendo que essa é uma das lições que podemos tirar da natureza. A biodiversidade, ou a diversidade de espécies, é uma das condições essenciais à manutenção do equilíbrio do nosso habitat. Sempre que uma espécie começa a crescer desmesuradamente à custa de outras que desaparecem gera-se aum desiquilíbrio que, por seu turno, põe em causa o ecosistema indispensável à vida.
As nossas crianças e os nossos jovens tem que conhecer os limites da sua própria liberdade e que são os limites da liberdade dos outros sob pena de se tornarem nos verdadeiros “selvagens” do nosso tempo. E, ainda por cima, bem mais depradadores.
P E D R O D A M A S C E N O
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