Vinha do Pico, Património Mundial e Desenvolvimento
“A medida virá “penalizar” fortemente, em termos de desenvolvimento, o concelho da Madalena”
Presidente Camara da Madalena do Pico
A aprovação na China, por unanimidade, da Paisagem Protegida da Vinha do Pico como Património Mundial é um acontecimento de tal modo fundamental para a Ilha do Pico e para os Açores que custa a perceber porque, para além das reacções imediatas, pouco se tem dito ou escrito sobre o assunto.
A citação acima reproduzida do presidente de camara do concelho aonde se situa a parte mais importante desse vinha passará, sem dúvida, a fazer parte do anedotário político nacional pelo que representa de falta de visão de futuro. Aquele que deveria ser o primeiro a congratular-se é precisamento aquele que pretendeu matar, na praça pública, a galinha de ovos de ouro!
O reconhecimento mundial da riqueza da vinha do Pico como património vem, para além de prestar justiça ao trabalho insano dos nossos antepassados, confirmar a Ilha do Pico como um destinos incontornáveis para quem demanda os Açores em busca de de coisas que não poderá encontrar noutras paragens. Sabido que ninguém procura a Região atrás de sol e praias.
E o Pico que já contava com a notoriedade da sua montanha, da extensão da sua laurasilva (a mais bem preservada do arquipélago) e da saga baleeira passa a contar, agora, também com o reconhecimento mundial unanime da importancia de uma das suas actividades mais emblemáticas que nos deixou uma herança que poderá ser um das chaves fundamentais para o nosso desenvolvimento.
O Pico não se vai desenvolver porque - como pensa o autarca da Madalena - se vão construir muitas casas e adegas grandes ou hoteis dinossauricos, a torto e a direito. O Pico apenas se irá desenvolver na medida em que conseguir preservar a sua identidade patrimonial, seja natural ou erigida. Só, desse modo, conseguirá atrair visitantes que buscam o que ainda existe de autêntico por esse mundo fora.
Visitantes, habitualmente cultos e com posses, que não procuram os grandes hoteis (iguais a todo os outros em todo mundo) mas sim pequenas unidades integradas e turismo de habitação ou rural dando, desse modo, oportunidades de negócio para pequenos investidores locais que poderão completar outras actividades nomeadamente a agrícola.
O Pico terá que se afirmar pela diferença. Diferença que passa pela afirmação e preservação dos seus valores e actividades tradicionais. Se tentarmos imitar o que quer que seja – desde a Madeira ao Algarve ou mesmo a S. Miguel – estaremos irremediavelmente perdidos porque faremos sempre imitações mais baratas. A nossa força reside, precisamente, na nossa diferença.
E se o nosso desenvolvimento passa pelo turismo é preciso discernir qual o tipo de turismo. Que não será o turismo de grande unidades hoteleiras que apenas interessam a grandes grupos económicos ou a especuladores imobiliários mas o turismo de muitas coisas pequenas e boas sejam na área do alojamento, da restauração, do comércio ou da animação.
O turismo que interessa à Ilha é aquele que possa dar uma oportunidade ao maior número possível de pessoas que cá vivem e precisam de complementar os seus proventos familiares. Um turismo de face humana e personalizado que mobilize as populações locais e ajude a manter a autenticidade da nossa terra, único trunfo com que podemos contar.
A Paisagem Protegida da Vinha do Pico é, por tudo isso, uma grande oportunidade histórica de desenvolvimento.
P E D R O D A M A S C E N O
“A medida virá “penalizar” fortemente, em termos de desenvolvimento, o concelho da Madalena”
Presidente Camara da Madalena do Pico
A aprovação na China, por unanimidade, da Paisagem Protegida da Vinha do Pico como Património Mundial é um acontecimento de tal modo fundamental para a Ilha do Pico e para os Açores que custa a perceber porque, para além das reacções imediatas, pouco se tem dito ou escrito sobre o assunto.
A citação acima reproduzida do presidente de camara do concelho aonde se situa a parte mais importante desse vinha passará, sem dúvida, a fazer parte do anedotário político nacional pelo que representa de falta de visão de futuro. Aquele que deveria ser o primeiro a congratular-se é precisamento aquele que pretendeu matar, na praça pública, a galinha de ovos de ouro!
O reconhecimento mundial da riqueza da vinha do Pico como património vem, para além de prestar justiça ao trabalho insano dos nossos antepassados, confirmar a Ilha do Pico como um destinos incontornáveis para quem demanda os Açores em busca de de coisas que não poderá encontrar noutras paragens. Sabido que ninguém procura a Região atrás de sol e praias.
E o Pico que já contava com a notoriedade da sua montanha, da extensão da sua laurasilva (a mais bem preservada do arquipélago) e da saga baleeira passa a contar, agora, também com o reconhecimento mundial unanime da importancia de uma das suas actividades mais emblemáticas que nos deixou uma herança que poderá ser um das chaves fundamentais para o nosso desenvolvimento.
O Pico não se vai desenvolver porque - como pensa o autarca da Madalena - se vão construir muitas casas e adegas grandes ou hoteis dinossauricos, a torto e a direito. O Pico apenas se irá desenvolver na medida em que conseguir preservar a sua identidade patrimonial, seja natural ou erigida. Só, desse modo, conseguirá atrair visitantes que buscam o que ainda existe de autêntico por esse mundo fora.
Visitantes, habitualmente cultos e com posses, que não procuram os grandes hoteis (iguais a todo os outros em todo mundo) mas sim pequenas unidades integradas e turismo de habitação ou rural dando, desse modo, oportunidades de negócio para pequenos investidores locais que poderão completar outras actividades nomeadamente a agrícola.
O Pico terá que se afirmar pela diferença. Diferença que passa pela afirmação e preservação dos seus valores e actividades tradicionais. Se tentarmos imitar o que quer que seja – desde a Madeira ao Algarve ou mesmo a S. Miguel – estaremos irremediavelmente perdidos porque faremos sempre imitações mais baratas. A nossa força reside, precisamente, na nossa diferença.
E se o nosso desenvolvimento passa pelo turismo é preciso discernir qual o tipo de turismo. Que não será o turismo de grande unidades hoteleiras que apenas interessam a grandes grupos económicos ou a especuladores imobiliários mas o turismo de muitas coisas pequenas e boas sejam na área do alojamento, da restauração, do comércio ou da animação.
O turismo que interessa à Ilha é aquele que possa dar uma oportunidade ao maior número possível de pessoas que cá vivem e precisam de complementar os seus proventos familiares. Um turismo de face humana e personalizado que mobilize as populações locais e ajude a manter a autenticidade da nossa terra, único trunfo com que podemos contar.
A Paisagem Protegida da Vinha do Pico é, por tudo isso, uma grande oportunidade histórica de desenvolvimento.
P E D R O D A M A S C E N O
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