A Natureza é o nosso verdadeiro capital
E. Schumacher
ECOLOGIA E ECONOMIA
Apesar da crescente sensibilização da opinião pública para as questões do ambiente nomeadamente a propósito das, cada vez mais visíveis, consequências do aquecimento global continua a ver-se a defesa do ambiente como um inimigo do progresso económico.
Como se ecologia e economia fossem incompatíveis ou na melhor das hipóteses, antagónicos. Mas o que passa, na realidade, é precisamente o oposto: o ambiente – a nossa casa global – é base de uma economia saudável mas, sobretudo, da nossa sobrevivência.
Tendo as palavras ecologia e economia a mesma raiz Grega – oikos ou seja casa – estão intimamente relacionadas. Significando ecologia, literalmente, o conhecimento da casa e economia, por outro lado, a gestão da casa.
Não se vislumbrando como é possível gerir em condições uma casa sem a conhecer previamente. Não fazendo sentido, também, que seja possível gerir bem uma economia mundial sem conhecer, em profundidade, o planeta.
E as provas, para os mais cépticos, abundam. Sendo já bem perceptível uma crescente insegurança de pessoas e bens directamente imputável às alterações climáticas e a uma política económica de delapidação sistemáticas dos recursos naturais.
A economia não pode explorar agressivamente esses recursos e depois procurar, atabalhoadamente, compensar os prejuízos mediante a tomada de medidas avulsos que apenas vêm minorar o problema.
O problema de fundo tem a ver com a convicção – ainda generalizada – de que o ambiente e o os recursos naturais estão ali, à nossa disposição, podendo ser utilizados e desbaratados para que as metas de crescimento da economia, sobretudo das grandes multinacionais, sejam atingidas.
Uma economia que cresce à custa do definhar da ecologia é uma economia perigosamente não sustentável e a primeira causa do aquecimento global. Sendo que valor (o Deus da economia) não é apenas dinheiro mas deverá ser, sobretudo, bem-estar e qualidade de vida.
Um futuro sustentável só será possível (sobretudo para os nossos filhos) se conseguirmos resolver o problema das mudanças climatéricas protegendo e mantendo ecossistemas que são indispensáveis à vida. Como, por exemplo, as florestas da chuva e a agricultura biológica.
Mas o caso dos Açores é exemplar de tudo isto. Toda a gente já percebeu que o turismo é o nosso futuro em termos de desenvolvimento e que as nossas condições naturais são a galinha de ovos de ouro. Não fazendo, por conseguinte, qualquer sentido que se mate a galinha!
Um excelente exemplo da ligação e cooperação que tem que existir entre ecologia e economia. Se assim não for teremos tempos negros para economia regional e poremos em causa a nossa própria saúde /bem-estar.
P E D R O D A M A S C E N O
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