segunda-feira, junho 13, 2005

"A côrte do bobo"

Alguns bastardos no continente, para não lhes chamar fillhos da puta
Alberto João Jardim
Presidente do Governo Regional da RA da Madeira





“A côrte do bobo”


As diatribes, insolências e liminares falta de boa educação do “eterno” Presidente do Governo Regional da Madeira, já há muito que fazem parte do roteiro dos políticos pimba e têm lugar cativo no nosso folclore mais foleiro.

E, também, toda a gente sabe e percebe que o poder que se exerce na Madeira tem forte pendor autocrático, amaciado, apenas, por eleições que se exercem com regras do jogo bem difíceis para as oposições.

As oposições na Madeira não se respeitam e muito menos se estimulam à participação. Apenas se toleram o suficiente para “legitimar” eleições que visam, essencialmente, assegurar maiorias dóceis, reconhecidas e obrigadas.

Maiorias “sui generis” que justificam este artigo. Porque os desmandos populistas e grosseiros do Dr. Jardim, que o transformam num verdadeiro “bobo da côrte”, já há muito que deixaram de ser notícia.

Tanto mais que nem o próprio Presidente da República acha que tais desmandos merecem reparo e que nada há a opor a que um responsável por um orgão de soberania não cumpra as mais elementares regras da boa educação e de conduta civilizada.

Sendo, por conseguinte, que o mais grave de tudo isto não foi o presidente do Governo da Madeira ter chamado filhos da puta a alguns jornalistas do continente. Essa atitude ficaria com ele e com quem, tendo competência para lhe chamar a atenção, não o fez. E a tudo isso ele já nos “habituou”.

O que, realmente, foi mais grave é que tenha sido a própria “côrte” (leia-se os deputados do PSD na Assembleia Regional da Madeira) a saudar de pé e com aplausos os insultos proferidos.

“Congratulando-se com o modo, mais uma vez firme, como o presidente do Governo Regional denunciou comportamentos na comunicação social de Lisboa, os quais atentam contra os direitos, liberdades e garantias dos portugueses”.


Ou seja, não só insultos soezes e despropositados são “legitimados” pela tal maioria democrática como ainda se transformaram numa forma de defesa dos direitos, liberdades e garantias dos portugueses!

Um insulto em vez de ser isso mesmo – um insulto – e, desse modo, constituir matéria para os tribunais (art.ºs 180.º ou 181.º do Código Penal) é, bem pelo contrário segundo os membros da “corte”, um modo firme de defesa dos direitos, liberdades e garantias!

Penso que nem nos tempos do Idi Amin no Uganda se conseguiu fazer melhor.

Não pondo em causa a liberdade de qualquer cidadão de opinar sobre questões pessoais suas e contestar quem quer seja incluindo, naturalmente, os orgãos de comunicação social, não lembra – nem ao diabo – transformar um insulto, público e grosseiro, num voto de congratulação de um orgão legislativo regional.

Já passou tempo demais e aconteceram coisas demasiado graves para que se possa continuar a poder considerar a actual situação da Madeira como genuinamente democrática. Democracia é bem mais do que eleições de quatro em quatro anos.

Democracia tem de ser, principalmente, o exercício de uma cidadania integral e responsável com um respeito profundo pela comunidade em geral e por cada cidadão em particular, com enfase redobrado para quem detêm cargos públicos e que, por isso mesmo, deve ter especial elevação na sua conduta.

Possivelmente por estas linhas vou entrar, igualmente, na listagem dos bastardos, para não me chamar filho da puta, do Dr. Alberto João Jardim.

Mas... paciência!


P E D R O D A M A S C E N O

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