sexta-feira, novembro 07, 2008

God Bless América

Que viva agora uma América esclarecida que saiba abraçar as grandes causas da paz, do combate à pobreza e à exclusão e da defesa do ambiente.
Pedro Damasceno in Ilha Maior 08.07.2007


God Bless América


A vitória esmagadora de Barack Hussein Obama nas eleições presidenciais dos Estados Unidos foi muito mais do que o resultado do engenho, arte e brilhantismo de um só homem. E o presidente eleito é, sem dúvida, um homem de excepção.

Mais uma vez a América veio surpreender tudo e todos demonstrando uma vitalidade e uma extraordinária capacidade de mudança. Uma capacidade que só um regime democrático pode permitir.

O país da abundância e do esbanjamento mas também de situações de grande pobreza e exclusão. O país dos prémios nobeis e de Holywood mas também o pai da fast-food e da obesidade – a grande pandemia do século XXI.

América.

A terra da Ku Klux Klan mas também dos hippies das flores, do amor livre e da não-violência. Pátria do McCarthy da caça às bruxas mas também de Luther King e John F Kennedy.

Today I am an American.

Hoje, mais do que nunca, sinto que faço parte desse admirável mundo novo, desse caldo efervescente de culturas e etnias que mais não é do que um microcosmos integrado nesse macrocosmos que é o planeta.

Há esperança.

Há esperança de uma ordem mundial que ponha o homem no centro das coisas e não as coisas no centro do homem. A mesma América que, ontem, nos fez empalidecer de humilhação com um Bush, patético e teleguiado, vem hoje pôr-nos no sapato o presente antecipado do Natal.

Esta eleição não foi, essencialmente, centrada em Barack Obama e John McCain. Esta eleição foi, antes, centrada num profundo desejo de mudança, mesmo que para tal fosse necessário eleger o primeiro presidente negro dos Estados Unidos.

Sendo certo que muito poucos países europeus (dois ou três?) fossem capazes de eleger um presidente ou primeiro-ministro de cor. Esta nossa Europa, culta e civilizada, que tantas vezes tem feito chacota do país dos cowboys.

A grande lição que todos temos que tirar é a de assumir, com humildade essa mesma lição. Uma lição de pujança democrática e de participação cívica que se cifrou numa das maiores afluências de sempre à urnas.

Os grandes temas da paz, da pobreza e do ambiente voltam ao centro da agenda política.

A Obama competirá, agora, unir a grande nação americana e estabelecer um plano de transição para um capitalismo com coração e causas. A todos nós competira acreditar, também, que a mudança é possível.

Há males que vêm por bem, diz o povo. E tem razão. Que esta crise financeira e económica mundial seja a grande oportunidade para parar, pensar e agir.

God Bless América.

I love you.



P E D R O D A M A S C E N O

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