sexta-feira, janeiro 15, 2010

Fé, a quanto obrigas

Os terroristas islâmicos são pessoas perfeitamente normais
Fúria Divina


Fé, a quanto obrigas!


A recente tentativa de atentado, na Dinamarca, contra um dos autores das caricaturas do profeta Maomé por um fundamentalista islâmico aos berros de “sangue” e “vingança” vem relembrar os velhos apelos dos mullahs radicais.

O incidente ocorreu no início deste mês e está relacionado com igual tentativa levado a cabo em Chicago contra o editor das citadas caricaturas havendo uma clara relação entre elas.

O que vem demonstrar o braço longo do islamismo radical que procura aplicar a sharia (justiça muçulmana) em todo o mundo e, sobretudo, também a não muçulmanos. Tentando universalizar as regras ditadas por Maomé.

No ano de 2009 da nossa era ainda somos confrontados com práticas medievais em nome de um Deus supostamente justo e misericordioso e, por cima de tudo, em países de tradição judaico-cristã. Em colisão absoluta com as nossos valores de tolerância e liberdade de expressão e de culto.

E, ao contrário do que seria e esperar, não estamos perantes pessoas primitivas e socialmente excluídas. O grau de instrução e o nível social desses terroristas é, frequentemente, elevado. Como foi, notoriamente, o caso dos autores dos atentados de Nova Iorque.

Sendo importante perceber o conceito de jihad que muito interpretam apenas com o guerra santa. Jihad tem a ver com a luta interior de cada muçulmano deve travar consigo próprio para se aperfeiçoar mas tem tem também a ver com defesa e expansão dos valores do Alcorão.

E sendo a Fé uma convicção e um acreditar que não exige provas irrefutáveis ou de carácter científico fácil se torna converter um sistema de crença religiosa num desígnio de vida blindado a qualquer sentido crítico. A palavra de Deus torna-se num argumento incontornável.

E nesse campo de pouco serve a instrução ou a posição social.

Só assim se pode explicar que actos de puro delito comum e da mais satânica falta de compaixão possam ser perpetrados por pessoas de nível superior e em nome de uma suposta causa espiritual.

Sendo também por isso que os sistemas de crenças baseados numa fé inquestionada e inquestionável se tornam extremamente perigosos. Porque não obedecem a parâmetros discutíveis e porque, supostamente, se subordinam a uma entidade (Deus) que não diz directamente da sua justiça.

O fundamentalismo islâmico é a inquisição do século XXI. Com outras roupagens e novos adereços mas com a mesma perigosa obsessão de lavar os pecados do mundo em nome de Deus e de formatar a vida de acordo com a visão de uma classe eclesiástica, obscurantista e obcecada.

Sendo a fé (nos valores, nas pessoas, nas atitudes) um valor estruturante das nossas vidas não deveria todavia servir de base à violência, ao ódio e à intransigência. A distância entre fé e obsessão é, demasiadas vezes, muito pequena.

Se vida não pode ser vivida apenas com um racionalismo puro e frio tendo de haver paixão e fé não é menos verdade que estas tem de ser temperadas com bom senso e inteligência crítica.


P E D R O D A M A S C E N O

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