sexta-feira, maio 03, 2013

HOTEL PICO


FACE  OCULTA




HOTEL PICO
A farsa continua



            Passados cinco anos sobre o seu encerramento, e apesar da degradação galopante, o Hotel Pico continua a figurar na página da internet da empresa proprietária como se nada se passasse (salvo lacónica mensagem de temporariamente encerrado para obras!...) E figura mesmo na publicidade inserida, por exemplo, no último número do Jornal do Pico!

            Dado não haver destino conhecido para uma unidade que foi a menina-dos-olhos do grande pioneiro do turismo na Ilha do Pico tal comportamento, para além de ser flagrante publicidade enganosa, indicia uma atitude fraudulenta de quem quer parecer o que não é tentando tapar o sol com a peneira.

            Toda a gente já percebeu que o Hotel do Pico está no seu leite morte com atestado de óbito passado e que não há qualquer solução à vista para um imóvel que poderia ter tido uma série de outras funções, não excluindo mesmo o turismo. Impune o seu encerramento e expurgadas todas as responsabilidades ficou mesmo assim.

            Afinal o que quer a empresa proprietária? O que pretende com este faz de conta?

            O embuste promocional em que insiste deixa ficar mal, também, o Pico já que é o palco de uma encenação  que em nada beneficia a credibilidade do sector numa ilha que se afirma como líder do crescimento turístico nos Açores. A existência de um hotel fantasma é uma nódoa difícil de entender e muito menos de suportar quando se pretende construir um destino de excelência.

            O rei vai nu, toda a gente já viu mas parece que ninguém se importa.

            Aonde estão as entidades fiscalizadoras? Aonde estão as entidades licenciadoras? Aonde estão as atitudes cívicas e políticas mais do que justificadas? Como é possível deixar degradar completamente um imóvel de tais dimensões numa terra de tão poucos recursos?

            O caso do Hotel Pico é bem ilustrativo de um estado de coisas que fazem mais parte do lado psicológico da crise do que propriamente desta. Aqui não se trata de um filho da crise como parece estar a acontecer noutras ilhas. Aqui trata-se simplesmente de uma maneira de estar nas empresas e no turismo que merece o mais vivo repúdio.

            Se é para o deixar cair que se imploda. Se é para o recuperar que isso seja assumido formalmente e não se deixe desbaratar mais o património. Se é para transacionar que se iniciem as negociações ou, de preferência, se ponha à venda em hasta pública,


            Um hotel com esta dimensão faz falta à ilha já que a hotelaria tradicional é indispensável, mesmo num destino de natureza como é o Pico. A matriz do turismo terá de ser sempre de caracter tradicional para um destino ganhar músculo e escala. As pequenas unidades são um fator diferenciador importante como está provado mas não chegam.

            Espera-se que a filosofia empresarial que parece estar no centro das preocupações para o sector do atual governo venha ajudar a registar esta intolerável anomalia que há muito deveria ter sido equacionada e resolvida.




PEDRO  DAMASCENO

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