sexta-feira, setembro 14, 2007

A MAGNA QUESTÃO DOS LIXOS

Antes de mais, há que ter contenção na produção de resíduos.




A MAGNA QUESTÃO DOS LIXOS
A quem de direito


Avizinha-se, a passos largos e por imperativo legal, o encerramento das lixeiras tradicionais existentes na Ilha do Pico. Passando a poder contar-se apenas com um aterro sanitário.

E tanto quanto é possível saber haverá uma política de custos acessível para o depósito de lixo no aterro, tentando penalizar os utentes o menos possível. Dois objectivos de carácter fortemente positivo.

Mas tais objectivos poderão não servir de nada (ou pelo menos de muito pouco) se as condições a montante do aterro não foram devidamente acauteladas. Nomeadamente o desencadeamento de acções para a educação ambiental e uma fiscalização efectiva e fortemente dissuasora.

Sendo pacífico que a política dos 3 R’s – reduzir, reutilizar e reciclar – é a única forma de se conseguir controlar o verdadeiro flagelo dos lixos. E que essa política para ser eficaz terá que contar com a participação activa das populações que para o efeito terão de ser, devidamente e prolongadamente, esclarecidas.

A cultura consumista do mundo moderno e o homem são, porventura, os maiores inimigos do ambiente Qualquer aterro sanitário é inevitavelmente finito sobretudo se os 3 R’s não forem devidamente assegurados:

Reduzir a quantidade de lixo produzido. Os consumidores devem adoptar comportamentos verdes, adquirindo materiais resistentes, que apresentem um maior tempo de vida útil, rejeitando tudo o que for de usar uma vez só.

Por exemplo adquirindo toalhas e guardanapos de pano, em vez de papel, evitar comprar rolos de alumínio e de plástico, evitar o uso de loiça de papel ou de plástico, espalmar as embalagens de forma a conseguir-se uma redução significativa do volume de resíduos.


Reutilizar significa utilizar mais do que uma vez um determinado produto. Com um pouco de imaginação e criatividade podemos reutilizar materiais, dando-lhes outra funcionalidade. Uma simples lata de rebuçados pode ser aproveitada para colocar canetas, material de costura ou para decoração.

As garrafas vazias de vidro ou plástico podem ser utilizadas para armazenar outras bebidas, as embalagens podem ser aproveitadas para outros fins, os electrodomésticos, os móveis, os brinquedos podem ser doados a pessoas carenciadas ou vendidos como objectos usados. As revistas, os jornais e os livros podem ser entregues em escolas, instituições, bibliotecas, centros de convívio e hospitais.

Reciclar é um processo de transformação dos resíduos em novos produtos ou matérias-primas. Materiais como o papel, o plástico, o metal, a borracha, o vidro e a madeira, que já não satisfaçam as necessidades do seu possuidor devem ser separados selectivamente. Estes materiais entrarão assim no circuito de reciclagem, dando origem a novos objectos que, de outra forma, seriam descartados como lixo;

Práticas que se não forem asseguradas irão tornar insuficiente a nova política a ser adoptada, o mesmo acontecendo se a fiscalização continuar a ser o que tem sido ao longo dos anos: inexistente. Sobretudo conhecendo, como conhecemos, os hábitos existentes de deitar lixo em todo e qualquer lado

De boas intenções está o inferno cheio e não será o encerramento das lixeiras a céu aberto que irá, por si só, resolver o problema sendo mesmo possível que passem a proliferar, ainda mais, as pequenas lixeiras por todo o lado.

Eu diria que o ponto de partida deveria ser o dos 5 R’s: Reeducar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Reprimir. Sem isso poderemos estar, apenas, a brandir uma faca de dois gumes em nome de uma política de fachada.




P E D R O D A M A S C E N O

Sem comentários: