sexta-feira, setembro 16, 2011

Jose, Pedro ou Paulo - tanto faz -

O castigo por não quereres participar na política é acabares governado por pessoas piores do que tu
PLATÃO



José, Pedro ou Paulo
- tanto faz -


A política em Portugal vive, essencialmente, da fulanização. Ainda agora era o Sócrates para cima e para baixo, hoje é o Passos Coelho para baixo e para cima. Com umas pitadas de troika e está feito.

Ao virar da esquina espreita o Paulo à espera da sua oportunidade e, lá mais longe, já está enfileirado o José António. Os caldos em que se mexem – esses - mantêm-e idênticos procurando a sobrevivência ou o regresso.

Depois são os mercados para aqui e as bolsas de valores para ali. Com os impostos a subirem, continuamente, sob a desculpa universal da crise e das exigências do triunvirato, como lhe chama o Paulo.

Debates, como sempre, são às carradas. Mas pouco falam daquilo que realmente interessa ao comum dos cidadãos que não sendo doutores e, muito menos economistas, ficam basicamente na mesma.

Em síntese, esse comum dos mortais ainda não percebeu o que lhe caiu em cima e muito menos como vai sair do buraco escuro em que está metido. Depois de anos a receber, a torto e a direito, ofertas de credito para tudo e mais alguma coisa caiu-lhe em cima o Carmo e a Trindade.

Após depor um “mentiroso” há quem já afirme que elegeu outro que tal. Um mais afoito e palavroso, o outro mais manso e cordato. Mas diz-se que a mentira continua , só tendo mudado de registo.

Não se vislumbrando qualquer iniciativa que vise esclarecer, de forma cabal e compreensível para toda a gente, o que se passou e que tem que, colectivamente, se fazer para voltar à superfície.

É preciso ser directo, simples e pedagógico.

É preciso explicar que o capital financeiro, como é sua lógica, decidiu fazer dinheiro a partir do dinheiro jogando na especulação financeira – bolsa, derivados financeiros, etc – criando, também, um mercado do credito à habitação de forma inteiramente leviana e irrealista. Uma espécie de Dona Branca a uma escala planetária.

Sem qualquer preocupação de criar riqueza e emprego o capital tornou-se cada vez mais num activo fictício tendo a especulação ultrapassado, largamente, a produção. E os estados deixaram-se arrastar por esse tsunami financeiro abdicando de qualquer poder regulador.

Como a Dona Branca, o sistema especulativo, inevitavelmente. faliu e a economia mundial entrou numa espiral negativa que, como era de esperar, atingiu as economias mais frágeis em primeiro lugar. Como é o caso de Portugal.

Pondo directamente em causa a mastodôntica, ineficaz e caríssima máquina da administração pública e a descoberto uma maquina produtiva frágil e dependente e um público que se tinha endividado, perigosamente, embalado por juros de saldo.

Situação muito grave e cuja solução vai muito para além do aumento dos impostos e do acordo com a troika (que ninguém leu). Exigindo um volte face no paradigma do nosso dia-a-dia.

Todos assumindo o seu papel: o estado desmantelando o desperdício/excessos da administração pública, a banca retomando o apoio ao investimento produtivo, os especuladores arrumado as pastas e fechando as portas, os empresários inovando e procurando a excelência, os trabalhadores por contra de outrem labutando e lutando pelos seus postos de trabalho.

Lutando, também todos, por um verdadeiro renascimento cívico que ponha a politica e os políticos no seu lugar e lhes retire o monopólio da democracia. Partidos sim, mas só partidos não.

Procurando cada cidadão encontrar o seu lugar no contexto da democracia como resultado do exercício quotidiano dos deveres e dos direitos que lhe cabem, cultivando uma cultura de exigência, planeamento e responsabilidade.

Nem mais nem menos.

P E D R O D A M A S C E N O

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