sexta-feira, setembro 30, 2011

Há vida para além da máquina de velocidade

As estatísticas do ministério da Justiça indicam que os maiores aumentos da criminalidade participada nos últimos seis anos foram registados nas ilhas Graciosa, São Miguel, São Jorge, e Pico



Há vida para além da máquina de velocidade


Um dos grandes bens do nosso quotidiano tem sido, desde sempre, a segurança. A ponto de muita gente ainda deixar as casas abertas e pouco se preocupar com a vigilância dos seus bens.

O que tem sido, de resto, uma das marcas da nossa promoção turística: a segurança. O que, nos tempos que correm, não é nada pouco.

Contudo o cenário parece estar rapidamente a mudar nomeadamente lá para os lados da Ponta da Ilha e não só aonde os assaltos se sucedem e começam a deixar os idosos inseguros.

Embora – à boca pequena – se diga que se sabe perfeitamente quem são os assaltantes tudo parece ficar assim mesmo. Perante a complacência de quem deveria investigar e actuar.

A ponto de muita gente pensar que não vale a pena apresentar queixa. Tal a falta de pro-actividade e empenhamento de quem tem como função velar pela segurança de pessoas e bens.

Com certeza, como sempre, com a desculpa universal da falta de meios humanos e materiais. Meios que parecerem ser inteiramente canalizados para a famosa máquina da velocidade, o balão fora das discotecas, os cintos de segurança e as papeladas (documentos).

Sem minimizar essas magnas questões tudo o resto parece ficar de fora: prevenção rodoviária com vigilância do crescente número de infracções graves que habitam as nossas estradas, os estacionamentos selvagens, trafico de estupefacientes como a heroína (que prolifera), segurança de pessoas e bens, etc etc.

Pouca gente acredita hoje nas forças da ordem.

Sem se contestar, à partida, a escassez de meios tornou-se paradigmático o seu afastamento dos cidadãos e das práticas susceptiveis de exercerem as funções que lhes são cometidas de contribuir para a formação e informação em matéria de segurança desses mesmos cidadãos.

Bem como proteger, socorrer e auxiliar os cidadãos e defender os bens que se encontrem em situação de perigo, por causas provenientes de acção humana. Para tal desenvolvendo as acções de investigação criminal e contra-ordenacional que lhe são atribuídas pela lei.

É indispensável, constitucional e urgente que se volte a viver em segurança nestas ilhas e se consiga circular sem ter se se fazer gincana à volta dos estacionamentos selvagens generalizados ou de temer pela vida perante manobras perigosas porta sim porta não ou de ver os nossos jovens escravizados por um tráfico de drogas que parece impune.

Não se sente por parte de quem devia o empenhamento para o exercício de funções que inevitavelmente acarretam riscos, dissabores e incompreensões. Mas quem não quer ser lobo que não lhe vista a pele.

Garantir os direitos dos cidadãos e a sua segurança – concedemos – não é tarefa fácil. Mas não conhecemos outra maneira mais adequada de tal assegurar que não seja uma força de segurança, uniformizada e armada, de natureza pública que responda perante um governo democraticamente eleito.

Fica a a palavra para quem de direito.



PEDRO DAMASCENO

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