FACE
OCULTA
UMA CUNHA PARA A
COMISSÃO POLÍTICA DE ILHA DO PICO DO PSD
O recente sucesso da actuação
política de ilha do Pico do PSD na questão do bloco operatório do futuro Centro
de Saúde de S. Roque, em relação ao governo que apoia e à oposição, veio abrir
novos horizontes para uma ilha a que tem faltado fôlego para reivindicar, de
forma eficaz, o seu direito à qualidade de vida e ao desenvolvimento.
Pela primeira vez na história
democrática da Ilha do Pico o PSD local foi capaz de, pública e frontalmente,
criticar o «seu» governo e concertar algum tipo de actuação política com a oposição.
E os resultados estão à vista: em vez de, uma vez mais, ser defraudado um
compromisso assumido tudo acabou por voltar ao projecto inicial. E toda a gente
lucrou com isso, incluindo o próprio PSD.
De modo que, porventura, estão
criadas novas condições para que o Pico passe a defender os seus interesses de
forma mais hábil e eficaz perdendo os tradicionais e reverenciais temores
partidários.
Se faz sentido que os partidos
procurarem manter uma imagem exterior de unidade e coerência não faz menos
sentido que essa imagem não seja conseguida à custa de interesses legítimos dos
seus eleitores. Só assim a democracia se poderá dignificar e os partidos
recuperarem alguma da muita credibilidade que já perderam.
Resta agora saber se o que se passou
foi apenas um acto isolado e fortuito ou se foi primeiro passo numa nova via.
Segundo o primeiro responsável pela
estrutura máxima do partido de governo na Ilha do Pico tratou-se de um aviso à
navegação com vista a outras situações que poderão vir a verificar-se!... E
presume-se que está a falar do alargamento da pista, das estradas do Pico e de
Escola da Madalena. Situações sobre as quais também se presume que tenha a
legítima suspeita de que poderão vir a ser vítimas de iguais tentativas de
poupanças orçamentais que o governo nos possa a vir a querer fazer à custa das
ilhas de baixo.
E, se não se questiona a importância
do bloco operatório de centro de saúde de S. Roque, há que lembrar, contudo,
outras prioridades que estão, indiscutivelmente, num plano superior como é o
caso da pista, pois do seu alargamento dependerá o futuro da ilha. Porque não
há ilha que se possa desenvolver sem portas de entrada e saída adequadas. Razão
pela qual a presente pista é o estrangulamento número um do Pico, em conjunção
com as surrealistas ligações marítimas da Transmaçor e os preconceitos da SATA.
Ou seja: enquanto chegar ao e sair
do Pico continua a ser o autêntico martírio que – tantas vezes – é, não há
santo nem santa que nos valha. Para, ainda por cima, sermos despejados em
estradas que estão em estado de conservação e traçado completamente escandaloso
e incompatíveis com qualquer coluna civilizada por muito resistente que seja.
E não vale a pena argumentar que o
alargamento da pista do Pico está contemplado no plano médio prazo. Porque isso
não passa de uma declaração de intenções da mesma forma que o bloco cirúrgico
estava previsto no projecto inicial e nas declarações dos responsáveis e,
depois, foi sub-repticiamente retirado. E não fora ter-se detectado esse
«truque», a tempo, e não teria sido simplesmente feita uma valência que o tempo
se encarregará de demonstrar como é importante para a ilha.
Portanto um novo modelo de actuação
política poderá estar lançado no Pico se houver essa vontade e algumas
repreensões partidárias não vieram refrear, afinal, os nossos ânimos que
pareceram ter surgido neste ano de ressurgimento autárquico do PSD no Pico.
Mas, em qualquer caso, alguma coisa se terá passado ao nível de subserviência –
atenta, veneradora e obrigada – que tem caracterizado, ao longo dos anos, as
hostes picoenses daquele partido. o que quer que seja, esperemos que se
mantenha.
E já agora uma cunha para a Comissão
Política de Ilha do Pico do PSD: apliquem o que aprenderam nesses novos voos a
todas as outras coisas que são supostas fazer ou que já deveriam ter sido
feitas e que nunca se fizeram.
P
E D R O D A M A S C E N O
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