sexta-feira, agosto 25, 2006

Irão - 1 Ocidente - 0

Apesar do 11 de Setembro ...., o Ocidente não consegue levar a sério a ameaça do islamismo
Vasco Pulido Valente


Irão - 1 Ocidente – 0
Os deuses devem estar doidos


No rescaldo da ofensiva de Israel no Líbano importa fazer uma avaliação, tanto quanto possível, desapaixonada dos resultados políticos do conflito, despindo os sentimentalismos que os média suscitaram.

Sendo que o que, realmente, esteve em causa foi muito mais que Israel, o Hezzbollah ou as mortes de seres humanos. Sendo de salientar a este propósito que no Iraque continuam a morrer uma média de 100 pessoas (incluindo, evidentemente, crianças) por dia!

Uma tragédia que por se ter tornado rotina deixou de merecer o mesmo interesse dos média. Tanto mais que sunita que mata xiita ou vice versa tem cem anos de perdão. Fica tudo em família e os horrores tem caracter muito mais caseiro.

Qualquer observador minimamente informado e frio sabe que o que esteve em causa na guerra do sul do Líbano não foi, fundamentalmente, um conflito entre israelitas e palestinianos.

O que esteve em causa foi um conflito entre o exército regular de um país ocidental e democrático e um movimento de guerrilha xiita financiado, treinado e armado pelo Irão e pela Síria e tendo como ideologia o fanatismo religioso islâmico.

Em tudo isto os palestinianos e o movimento sunita Hamas pouco contaram sobretudo tendo em conta os desamores entre xiitas e sunitas. Houve, apenas, uma aliança táctica que justificou a entrada na guerra do Hezbollah, escondido e escudado entre libaneses civis incapazes de se impôrem.

Como escreveu e denunciou um escritor árabe existe uma estratégia islâmica da conquista do Ocidente pelo terror e pela invasão silenciosa. O terrorismo islâmico está de vento em popa (vejam-se os planos abortados em Londres na semana passada) e as comunidades islâmicas engordam, a olhos ver, no países ocidentais.

Estratégia que joga muito na ignorância e sentimentalismos ocidentais e em forças ditas de esquerda que se prestam a ajudar ao branqueamento dos ideais ditatoriais e radicais do islamismo fundamentalista. Não ocorrendo por acaso as juras de amor eterno, em Julho passado, entre os presidentes Hugo Chavez da Venezuela e Ahmadinejad do Irão.

E como está sobejamente provado nenhum Estado é hoje invulnerável ao islamismo radical. Com a superpotência Estados Unidos à cabeça e com todos os países europeus a seguir. Não sendo mesmo capazes de impor ao ditatorial e medieval Irão regras para as suas práticas nucleares que nos poderão pôr ao alcance de um bomba atómica!

E quanto a Israel, e com ele o Ocidente, foi o claro perdedor. Perdeu em vidas humanas, em recursos materiais e em credibilidade. Perdeu a aura de invencibilidade rápida e total e ficou à mercê de um cessar fogo que irá permitir, a curto prazo, a reorganização e rearmamento do Hezzbollah.

Porque não será a força internacional da ONU que terá condições para o impedir nem, muito menos, o governo libanês. Perante um Irão reforçado que controla completamente o regime fantoche da Síria e uma comunidade internacional que não tem condições objectivas para enfrentar o regime dos mullahs de Teerão.

O resultado foi claro: Irão – 1 Ocidente – 0. Quem não percebeu isto não percebeu nada.

Os deuses devem estar doidos.



P E D R O D A M A S C E N O







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