sexta-feira, novembro 17, 2006

Co-share, voos mistos e outras desgraças

Senhores passageiros este é um voo co-share TAP/SATA
Hospedeira da TAP



Co-share, voos mistos e outras desgraças


Co-share é um anglicismo utilizado pelas companhias aéreas para designar voos que fazem em rotas de parceria com outra companhia. Como, por exemplo, os voos Horta-Lisboa-Horta que são voos co-share TAP/SATA.

Ou seja o voo em questão é feito, por acordo entre ambas as companhias, quer com aviões da TAP quer com aviões da SATA conforme os seus respectivos interesses e disponibilidades.

O mesmo se passando, também, entre a TAP e a Portugália nos voos Lisboa-Porto-Lisboa. Tudo isto, obviamente, sem os passageiros serem tidos sido ou achados – apenas por conveniências comerciais das duas partes.

E grande mal não viria ao mundo se tudo isso acontecesse sem prejuízos/incómodos para os passageiros/clientes. Mas não é, como seria legítimo esperar, o caso.

Desde logo porque nesses voos não é possivel obter bilhetes electrónicos – uma comodidade indiscutível para quem viaja regularmente – por alegada incompatibilidade dos sistemas informáticos dos diferentes operadores.

A seguir porque cria situações caricatas como as acontecidas a quem faz um trajecto Horta-Lisboa-Horta e que tem, por opção alheia, de viajar na Portugalia de Lisboa para o Porto.

Aí – mesmo sendo um passageiro em transito – tem que sair (em Lisboa) da área das transferencias, dar a volta ao aeroporto para fazer novo check-in no balcão da Portugália e ter de fazer nova inspecção de segurança para, de novo, regressar de onde nunca deveria ter tido de sair!

Um autêntico pesadelo para qualquer mortal nomeadamente se acompanhado de crianças e/ou de pessoas idosas apenas porque as companhias se arrogam à liberdade de totalmente desrespeitarem quem lhes paga.

Das duas uma: ou os operadores tem condições para, sem minimamente beliscarem o conforto e os direitos dos clientes/utentes, fazer parcerias ou, simplesmente, não deveriam poder fazer economias de escala à custa de quem, justamente, deveria ser a sua maior preocupação.

Hábitos que, possívelmente, atestam a mentalidade de monopólio que ainda grassa nas nossas companhias de bandeira que se sentem demasiado à vontade num sector vital na vida de qualquer sociedade moderna.

Mas ficassem os males todos por aí, mas não ficam.

Não contente com os voos co-share a TAP permite-se acrescentar os voos mistos como por exemplo o Porto-Rio de Janeiro em que os pobres passageiros Porto-Lisboa são misturados com os do voo internacional.

Ficando, por isso, sujeitos a terem de passar no controle de passaportes no aeroporto de Lisboa como se não viajassem dentro do próprio país! E, ainda por cima, terem de ser sujeitos a novo controlo de segurança como se tivessem acabado de entrar no aeroporto e não como passageiros provenientes de um avião acabado de aterrar!..

Tudo isto apesar de à saída do avião proveniente do Porto se terem separado em diferentes autocarros os passageiros com destino ao Brasil dos destinados a Lisboa. Num comportamento totalmente autista em que não cabe, sequer, uma explicação ou simples pedido de desculpa.

Como diz o povo: um mal nunca vem só!


P E D R O D A M A S C E N O

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