sexta-feira, março 02, 2007

O Pavão da Madeira - o último ditador no poder na Europa?

O Pavão da Madeira
O último ditador no poder na Europa?


Cavaco Silva (na dupla condição de Presidente e figura de vulto do PSD), José Sócrates (como Primeiro-Ministro) e Marque Mendes (como líder do PSD) têm na figura de Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim um grande sarilho institucional.

Terão todos que fingir que estão perante um episódio normal em democracia. O que sendo, formalmente e juridicamente, verdade não deixa de ser mais um lamentável episódio de descredibilização do estado de direito.

Há muito tempo que Jardim deixou de ser o bobo da corte/palhaço de serviço ou o enfant-terrible da política portuguesa – um político que ninguém levava muito a sério mas que tinha, às vezes, a sua piada.

Hoje é, simplesmente, um político cujo prazo de validade já expirou: um sexagenário sem brilho, um expoente (no poder) de uma forma truculenta e trauliteira de fazer política que em nada contribui para o prestígio da democracia e das suas instituições.

Jardim é grosseiro e prepotente.

Sem questionar o surto de desenvolvimento económico da Madeira que obedeceu a determinado modelo – esse porventura questionável – é completamente questionável o ambiente de intimidação e arruaça que se vive naquela Região Autónoma.

Ambiente que em nada tem contribuído para a maturação social, cultural, cívica e política do povo madeirense. Fazer política na Madeira deve ser bem mais complicado do que andar num autocarro de dois andares nas ruas esburacadas de Luanda!

Jardim, por todas essas razões, é uma verdadeira dor de cabeça para o PSD nomeadamente para um homem moderado como Marques Mendes. Mas… política a quando obrigas... é um sapo que, pelos vistos, terá que engolir.

O presidente demissionário da Madeira tem/tinha legitimidade legal para governar mas não para governar da forma como governa. Os casos de ditadores eleitos são para todos os gostos: desde Hitler a Salazar ou de Fidel Castro a Mahmoud Ahmadinejad.

Da mesma forma que tinha toda a legitimidade para questionar a Lei das Finanças Locais e lutar contra ela mas não para, em nome dos putativos interesses da Madeira, insultar tudo e todos e desrespeitar as mais relevantes instituições do País e as mais elementares regras de cortesia.

É essa prática que tem de ser expurgada de um país civilizado, moderno e europeu. Por muitos votos que quem quer que seja consiga arrebanhar com uma máquina de lobis, compadrios, ameaças, chantagens etc.

Seja autarca, presidente de governo regional ou primeiro-ministro.

Não lembra ao diabo que alguém que se queixe de falta de dinheiro e venha, com esse mesmo pretexto, criar uma situação com custos elevadíssimos para além de se dar ao luxo de pagar o maior (?) fogo de artifício da Europa.

E para quê? Apenas para servir os desígnios de poder e de vaidade de quem deles faz um modo de vida e um fim em si.

Patético.



P E D R O D A M A S C E N O

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