sexta-feira, maio 11, 2007

A dança das malas (perversidade de monopólio)

A dança das malas
(Perversidades de monopólio)


A TAP sempre primou por falta de profissionalismo na sua maneira de lidar com o público. Talvez pelos seus funcionários/as se assumirem como uma elite com a correlativa arrogância.

Provavelmente toda a gente tem uma história de má memória ocorrida com pessoal da transportadora nacional e de bandeira. E toda a gente tem, também, memórias de secas enormes em aeroportos sem qualquer informação.

E, na mesma linha, muita gente (a viajar na TAP) terá decerto tido a experiência de chegar ao destino sem malas. Possivelmente em circuntâncias inverosimeis como malas despachadas juntas chegando umas e outras não.

Tudo isso faz parte do património de uma companhia que sempre soube tirar o melhor proveito de uma situação de monopólio sobretudo nas ligações para os Açores.

Vindo tudo isto a propósito dos recordes de malas que não chegam ao seu destino juntamente com os respectivos proprietários que vêm ocorrendo no aeroporto da Horta em voos provenientes de Lisboa.

Já era relativamente comum esse tipo de situações mas no último ano não há voo em que não hajam bagagens que não chegam. Problema que afecta os locais mas que sobretudo se torna particularmente desagradável para os visitantes.

Sendo o turismo uma actividade transversal cujo sucesso depende de um conjunto de factores o assunto assume proporções deveras preocupantes. Não é difícil imaginar a frustração de quem vem passar, entre nós, 4 ou 5 dias e chega sem a sua bagagem.

É uma marca que fica e que vem descredibilizar o destino. O problema das acessibilidades é crucial para o sector mas a qualidade dos transportes e a sua eficiência não é nada menos importante.

Pelos vistos a criação da Ground Force, empesa que trata das bagagens, tem se vindo a cifrar num verdadeiro pesadelo sendo a TAP a segunda companha aérea que mais malas perde!

E, perante tal estado de coisas, não é apenas essa companhia que fica em causa mas o próprio destino. Sobretudo o destino Aores/Triângulo que, não oferecendo alternativa de operador de transportes, se vê confrontado com um péssimo cartaz de visita.

É interessante que muitos táxis de Lisboa exibam nas suas portas um rabo de baleia e a inscrição Açores – natureza mágica. Mas é imprescindível que as autoridades responsaveis pelo turismo tomem posição firme sobre assuntos como este.

Porque não se trata apenas de um problema interno de uma empresa mas de um serviço público que está a falhar clamorosamente pondo em causa, da pior maneira, um crescimento turístico que se procura.

Para não falar na situação, ainda mais ridícula, dos passageiros com destino ao Pico em que a TAP se atreve a sugerir que sejam os próprio lesados a ir levantar as malas ao porto da Madalena por causa de uma anacrónica regulamentação interna!

Perversidades de um monopólio que urge acabar sobretudo em tempos de política europeia de céu aberto.


P E D R O D A M A S C E N O

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