F A C E O C U L T A
O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário
Albert Einstein
S I N G A P U R A
Uma ilha
do tamanho da Madeira com 5 milhões de pessoas que conseguiu atingir um PIB per capita de 60 mil dólares, um valor impressionante
face aos modestos 16 mil euros de Portugal em 2011.
Valor
que nos vêm demonstrar que é possível crescer de forma robusta e sustentável
mesmo perante factores adversos como mercados domésticos limitados, pequenos
territórios e população excessiva.
Portugal
com os seus 10 milhões de pessoas, uma costa extensa, recursos do mar ampliados
pelas Regiões Autónomas e um território diversificado com um clima ameno tinha,
à partida, vantagens claras.
Houve em
Singapura, essencialmente, uma visão estratégica de crescimento e a coragem
para a pôr em prática. Utilizando quatro ferramentais fundamentais:
planeamento, excelência, corrupção zero e primado da lei.
Apostando
nos portos, nas finanças e nas novas tecnologias como as da informação e da
biotecnologia. Com base numa sociedade extremamente bem organizada e
respeitadora dos princípios da convivência em comunidade.
Em
Singapura respira-se segurança, desenvolvimento e prosperidade. Tirando
proveito da proximidade dos dois gigantes em ascensão – China e Índia – tem
criado condições para atrair homens de negócios estrangeiros ao baixar impostos
num cenário de economia estável e de leis amigáveis do negócio.
Não
sendo possível transpor para o nosso país o que lá se passa fica, contudo,
demonstrado que se tivéssemos adoptado as ferramentas que constituíram a base
do seu sucesso estaríamos certamente muito melhor.
Porque
nos faltam precisamente planeamento e excelência e não conseguimos nem combater
a corrupção nem impor um estado de direito. E seguramente também nos falta uma
visão estratégica de desenvolvimento.
As
comparações valem, todavia, o que valem e a vida em Singapura não será um
paraíso e em Portugal também há excepções em que o planeamento e a excelência têm
estado presentes. Tudo é relativo.
Mas
poderíamos estar a coberto desta crise se tivéssemos tido menos política e mais
economia, mais pragmatismo e menos demagogia. Sem trabalho não há sucesso e o
primado do mérito é indispensável.
A utopia
do crescimento contínuo e da abastança sem trabalho minaram a nossa resiliência
e tornaram-nos vulneráveis a investimentos caros e inúteis desaproveitando as
oportunidades de ouro dos fundos europeus. Não paramos para pensar, chutámos
apenas bola para a frente e fomos arrecadando défice.
Chegados
aqui há forçosamente que aguçar o engenho e arte e abrir as portas a um tempo
de rigor, seriedade e apoio à economia que cria riqueza enterrando a economia
de casino que viveu (e ainda vive?) à custa do estado.
Portugal
é viável e recomenda-se mas muito tem que mudar para além de subir impostos e
aumentar o desemprego.
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