F A C E O C U
L T A
Muçulmanos
querem leis contra incitamento ao ódio religioso
Lusa
Um vídeo tolo e um radicalismo manipulado
O filme, se é
que assim se pode chamar, “ A Inocência dos Muçulmanos” é liminarmente
ridículo, tolo e desrespeitoso. Não tem humor, sentido estético ou mensagem. É
simplesmente lamentável.
No entanto a
liberdade de expressão, o expoente máximo de identidade democrática, significa
isso mesmo: até quem não tem talento, ideias ou respeito pelos outros deve poder
expressar-se. Sujeitando-se contudo, ao passar as marcas do legalmente consentido,
a ser accionado judicialmente.
Já no século XVII Bento Espinhosa,
um filósofo de origem portuguesa, afirmava “que cada um pense o que quiser e
diga o que pensa” considerando a liberdade de expressão como um valor crucial
no desenvolvimento do ser humano o que lhe valeu perseguições e o
desaparecimento dos seus restos mortais!
Infelizmente, em pleno século XXI,
as práticas persecutórias, obscurantistas e sanguinárias da “Santa” Inquisição parecem
estar a ser retomadas por outra religião monoteísta que transforma o seu livro
sagrado e o “seu” Deus em pretextos para a manifestações de ódio, intolerância
e ignorância.
Todas as religiões são teoricamente boas.
Apenas da teoria à prática vai, muitas vezes, uma grande distância. Basta ver
grupos armados rivais mas da mesma religião a matarem-se uns aos outros e
apelar ao mesmo Deus!
Percebe-se que as manifestações que
têm varrido o mundo muçulmano são orquestradas e manipuladas porque ninguém
verdadeiramente acredita que a generalidade dos manifestantes tenha visto o
filme ou visite habitualmente o Youtube e muito menos use, regularmente a
Internet.
Tratou-se apenas de um pretexto.
O vídeo, como se disse, é simplesmente cretino e nunca chegaria a ter
qualquer notoriedade não fosse a promoção gratuita que o radicalismo islâmico
lhe garantiu. Nem representa, naturalmente, o ponto de vista dos Estados Unidos
ou de qualquer outro país ocidental.
Tentar criar um caso com um vídeo que foi severamente criticado pela
própria administração americana serviu apenas para tentar condicionar a
liberdade de opinião que, felizmente, existe neste lado do mundo e não existe
de todo na maior parte dos países de confissão muçulmana.
Não faltava mais nada que fossem, agora, terceiros a condicionar o que se
pode ou não dizer. Esse é o princípio das ditaduras que utilizam a supressão da
liberdade como uma das ferramentas mais importantes para manterem a opressão e
a miséria.
A imbecilidade do vídeo que deve merecer a o nosso repúdio não poderá
jamais servir para misturar alhos com bugalhos e sobretudo para tentar misturar
estado e religião. Porque essa confusão só serve quem não acredita na causa da
liberdade.
Cada macaco no seu galho.
Os negócios de Deus não são os negócios da terra nem estes são os negócios
de Deus. A vida espiritual deve ser uma via para a paz, a concórdia e o perdão.
Jamais uma desculpa para a violência, a intolerância e o ódio.
P E D R O D A M A S C E N O
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