sexta-feira, outubro 05, 2012

Um vídeo tolo e um radicalismo manipulado


F A C E     O C U L T A




Muçulmanos querem leis contra incitamento ao ódio religioso
                                                                                                                                      Lusa




Um vídeo tolo e um radicalismo manipulado



           
O filme, se é que assim se pode chamar, “ A Inocência dos Muçulmanos” é liminarmente ridículo, tolo e desrespeitoso. Não tem humor, sentido estético ou mensagem. É simplesmente lamentável.

No entanto a liberdade de expressão, o expoente máximo de identidade democrática, significa isso mesmo: até quem não tem talento, ideias ou respeito pelos outros deve poder expressar-se. Sujeitando-se contudo, ao passar as marcas do legalmente consentido, a ser accionado judicialmente.

            Já no século XVII Bento Espinhosa, um filósofo de origem portuguesa, afirmava “que cada um pense o que quiser e diga o que pensa” considerando a liberdade de expressão como um valor crucial no desenvolvimento do ser humano o que lhe valeu perseguições e o desaparecimento dos seus restos mortais!

            Infelizmente, em pleno século XXI, as práticas persecutórias, obscurantistas e sanguinárias da “Santa” Inquisição parecem estar a ser retomadas por outra religião monoteísta que transforma o seu livro sagrado e o “seu” Deus em pretextos para a manifestações de ódio, intolerância e ignorância.

            Todas as religiões são teoricamente boas. Apenas da teoria à prática vai, muitas vezes, uma grande distância. Basta ver grupos armados rivais mas da mesma religião a matarem-se uns aos outros e apelar ao mesmo Deus!

            Percebe-se que as manifestações que têm varrido o mundo muçulmano são orquestradas e manipuladas porque ninguém verdadeiramente acredita que a generalidade dos manifestantes tenha visto o filme ou visite habitualmente o Youtube e muito menos use, regularmente a Internet.

            Tratou-se apenas de um pretexto.
   
O vídeo, como se disse, é simplesmente cretino e nunca chegaria a ter qualquer notoriedade não fosse a promoção gratuita que o radicalismo islâmico lhe garantiu. Nem representa, naturalmente, o ponto de vista dos Estados Unidos ou de qualquer outro país ocidental.

Tentar criar um caso com um vídeo que foi severamente criticado pela própria administração americana serviu apenas para tentar condicionar a liberdade de opinião que, felizmente, existe neste lado do mundo e não existe de todo na maior parte dos países de confissão muçulmana.

Não faltava mais nada que fossem, agora, terceiros a condicionar o que se pode ou não dizer. Esse é o princípio das ditaduras que utilizam a supressão da liberdade como uma das ferramentas mais importantes para manterem a opressão e a miséria.

A imbecilidade do vídeo que deve merecer a o nosso repúdio não poderá jamais servir para misturar alhos com bugalhos e sobretudo para tentar misturar estado e religião. Porque essa confusão só serve quem não acredita na causa da liberdade.

Cada macaco no seu galho.

Os negócios de Deus não são os negócios da terra nem estes são os negócios de Deus. A vida espiritual deve ser uma via para a paz, a concórdia e o perdão. Jamais uma desculpa para a violência, a intolerância e o ódio.

           


P E D R O    D A M A S C E N O
           
           
            

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