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A C E O C U L T A
Não perguntes o que a
tua pátria pode fazer por ti. Pergunta o que tu podes fazer por ela
John F. Kenedy
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A poucos
dias do fim de 2012 quase podemos tocar 2013. E sentir o cheirinho do já famoso
OGE2013 que fez/faz correr tanta tinta e gastar tanto cuspe. O orçamento mais
famoso e mais mal-amado da democracia.
Sendo,
pelos vistos, evidente que representará um aperto de cinto sem precedentes para
o cidadão comum e será o selo branco da incapacidade do governo para encontrar
soluções que honrem os compromissos mas que, simultaneamente, respeitem e
fomentem o crescimento económico.
Embora a
Região tenha vindo a tolerar melhor a austeridade não só pelas sua melhores
contas mas também pela sua grande ruralidade e proximidade de uma economia de
subsistência vai, indubitavelmente, sentir na pele o torniquete nacional.
De modo
que os nossos desafios serão grandes exigindo lucidez, competência e determinação.
O que, desde logo, torna a sua identificação imprescindível. E esses desafios
não existem apenas para o lado do Governo mas também do lado de todos nós.
Nesta
altura do campeonato já toda a gente tem obrigação de ter percebido que o
Estado não é uma entidade acima de todos nós, uma espécie de papá rico que nos
pode estragar de mimos.
O Estado é,
simplesmente, a administração do nosso País por políticos eleitos e os seus
fundos são gerados pela economia e pelas nossas contribuições individuais. De
modo que o mau funcionamento de um país ou de uma região não será nunca apenas
culpa dos políticos/Governo.
Somos todos nós
que os elegemos ou não, somos todos nós que nos alheámos ou não da
indispensável participação cívica, somos todos nós que nos refugiamos ou não
debaixo do grande guarda-chuva das benesses e do facilitismo do estado.
Somos todos nós
ou não que praticamos corrupção: desde o roubo puro e simples até ao
aproveitamento de influências, desde o não cumprimento das nossas obrigações
laborais até ao encolher de ombros perante a prática de iniquidades mesmo em
frente aos nossos olhos.
O exercício da
democracia não serve apenas para o exercício/usufruto de direitos mas implica
também o cumprimento de obrigações. Democracia não é um valor absoluto mas um
trajecto que se faz e aperfeiçoa no dia-a-dia melhorando o nosso contributo e
aguçando o nosso sentido crítico.
O Governo
Regional dos Açores está confrontado com o grande desafio de estancar o flagelo
do desemprego e, o mesmo é dizer, promover o crescimento da economia. Mas esse
crescimento não se fará se não houver outros actores.
O Governo terá
que ter cada vez melhores contas e aplicar com maior rigor dinheiro públicos.
Terá que resolver o magno problema dos transportes e assegurar o relançamento
inovador dos sectores tradicionais da economia regional e “agarrar” com
determinação o turismo. Terá que ser inovador, criativo e incentivador.
Mas o resto do
desafio estará com todos nós – os outros actores. Não importa se empresário ou
trabalhador por conta de outrem, não importa se funcionário público ou
trabalhador do sector privado. O nosso papel não é em nada menor.
Só quando todos
nós formos capazes de transpor para a nossa prática diária as receitas
milagrosas que apregoamos para os outros conseguiremos inverter a crise. Do
mais rico ao mais pobre, do mais intelectual ao mais iliterato -num verdadeiro
exercício democrático.
Os temperos são
simples: trabalho, responsabilidade, competência, seriedade e uma grande pitada
de coragem, sentido crítico e intervenção cívica. Não há omeletas sem ovos mas os
ovos sozinhos, também, não fazem uma omeleta!
Bom Ano
de 2013 para todos.
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