F
A C E O C U L T A
Ameaças comuns
criam defesas comuns
O Clube dos Asteróides
O CLUBE DOS ASTEROIDES
Há quem
compare os desafios colectivos com que nos confrontamos, nos dias de hoje, a
asteróides que se dirigem para o nosso planeta a uma velocidade alucinante.
Sejam eles o aquecimento global, o défice público, a inequalidade ou a
conflitualidade político-partidária/religiosa.
Todos
eles susceptíveis de poderem causar danos colossais às nossas sociedades, como
as conhecemos hoje. Basta olhar para as alterações climatéricas que estão a
acontecer um pouco por todo o lado ou pelo défice público que se espalha como
um nodoa de azeite por todo o mundo.
Ou
reparar nas grandes desigualdades entre países e dentro destes e nos crescentes
conflitos sangrentos que têm como pano de fundo questões religiosas e/ou
políticas. Numa escala planetária que hoje não é possível ignorar.
Mas no
entanto parece que não conseguimos unir-nos para deflectir esses “asteróides”
que ameaçam a nossa existência colectiva. Basta pensar que, a manterem-se os
níveis de crescimento do aquecimento global, dentro de 50 anos o nível dos
mares poderá ter subido 5 metros!
Sendo
também estranho que nossa trajectória alucinante de progresso científico e
tecnológico que nos trouxe dos tempos da pastorícia para o bosão de Higgs, num
abrir e fechar de olhos, não tenha conseguido criar um sentido colectivo de
sobrevivência e entreajuda.
Percebe-se,
a olho nu, que vamos mal e que os nossos grandes desafios globais não têm
solução ao nível de uma nação, de um partido ou de uma religião. E, no entanto,
tendemos a refugiar-nos nas respectivas barricadas e a meter a cabeça na areia.
A própria ONU
continua a ser um mínimo denominador comum, incapaz de assegurar consensos ou
promover soluções para as grandes dificuldades em que se encontra a comunidade
internacional. Em contraciclo ao desenvolvimento do nosso conhecimento
estonteante.
Mandamos sondas
para Marte e avançamos no campo fascinante da nano tecnologia mas somos
incapazes de erradicar a fome e a guerra. Parece que corremos em duas pistas
paralelas que nunca se encontram. Como se o desenvolvimento da mente não esteja
a ser acompanhado pelo da alma.
O objectivo do
Clube dos Asteróides que nasceu nos Estados Unidos é de conseguir promover a
identificação das nossas grandes ameaças globais (asteróides) e gerar consensos
e formas de luta comuns como se de verdadeiros asteróides se tratem.
E, porventura,
ninguém duvida que, se estivéssemos ameaçados na nossa sobrevivência por asteróides
em rota de colisão como nosso planeta, iriámos depor as armas e encontrar modo
de pôr todos os nossos recursos ao serviço da nossa defesa colectiva.
Porque não
fazer o mesmo com os “asteróides” que já nos sobrevoam?
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