FACE OCULTA
APRESENTAÇÃO
Ao iniciar esta coluna de opinião
que tenciono manter com a maior regularidade, imprescindível se torna uma
apresentação.
A ideia inicial nasce de uma
inquietação profunda: a de que é urgente que não nos deixemos adormecer pelo hábito
e pela rotina, transformando a vida num deserto de ideias.
A vida só vale a pena ser vivida se
for inventada todos os dias. A imortalidade, só se conseguirá se abrirmos, de
par em par, as portas da nossa criatividade.
Mas a criatividade vive da incerteza
e da diversidade.
A humanidade apenas avançou e
conheceu progresso e felicidade quando foi capaz de dar passos no desconhecido.
A tentativa-erro foi a única ferramenta que se mostrou adequada para se atingir
o real conhecimento.
A unanimidade sempre se mostrou como
uma vereda perigosa. O ser humano é demasiado complexo e imprevisível para ser
encaixado em modelos fixos. Quando isso aconteceu deram-se das maiores
tragédias da história da humanidade.
Tudo é finito: os homens, as ideias
e o próprio universo. Não há verdades imutáveis ou imortais. A aventura humana
é um autêntico caleidoscópio que nos revela, constantemente, uma riquíssima
multiplicidade de imagens e emoções.
Por isso é urgente que haja
humildade e generosidade na procura dos nossos caminhos colectivos. A nossa
caminhada para o futuro é, sempre e necessariamente, um salto para o
desconhecido mas o desconhecido sempre foi o nosso destino.
O quotidiano, baço e cinzento, em
que a maior parte de nós vive não é inevitável. Grande parte das vezes ele é
fruto da nossa cobardia, indolência e mesquinhez. A felicidade tem muito a ver
com a coragem, força e generosidade.
FACE OCULTA pretende ser apenas um
grão de areia. Um espaço de reflexão, em que se tentará intervir de forma
crítica e criativa no nosso dia-a-dia. Aqui se procurará questionar tudo e
todos procurando sempre as faces ocultas das pessoas, ideias e acontecimentos.
Com coragem e humildade procuraremos
agitar as águas deste nosso quotidiano delicodoce, fugindo às ideias feitas e
aos preconceitos.
Procuraremos agarrar a vida: desde o
mais modesto acontecimento da nossa ilha até ao mais sonante facto
internacional. Apenas nos preocuparemos em escolher aquilo que nos proporcione
um bom motivo de reflexão ou um ensinamento.
A vida é feita de pequenas coisas. O
que lhe dá grandeza, ou não, é a maneira como a vivemos.
P
E D R O D A M A S C E N O
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